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Gramado é sede de congresso internacional inédito sobre desastres

Especialistas do Brasil e do mundo se encontram para discutir soluções relacionadas as etapas de desastres diante da escalada dos eventos extremos

por Redação Onde.ir
Prefeitura Municipal de Gramado

Em 2024 o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) emitiu 3.620 alertas de desastres, uma média de cerca de 10 alertas por dia. E o governo federal mapeou 1.942 municípios suscetíveis a desastres, isto é, 35% dos municípios do país. Apenas no primeiro semestre de 2025, o Brasil somou R$ 29 bilhões de perdas econômicas com desastres, que representa 80% dos impactos em toda a América Latina, segundo o relatório da Aon, consultoria internacional de gestão de riscos e seguros. E, conforme dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM), os prejuizos ultrapassaram os R$ 732 bilhões em 12 anos e revela que 95% dos municípios brasileiros já foram atingidos ao menos uma vez por um desastre.

Os números alertam para um problema social cada vez mais frequente, intenso e complexo de lidar, mas sobretudo necessita de ação e de urgência. “Para todos que estão em uma área de risco, cada vez que uma sirene é acionada, não há tempo para se perguntar sobre os possíveis impactos da mudança climática. É uma questão de sobrevivência”, lembra Leo Farah, cofundador da HUMUS capitão da reserva do Corpo de Bmbeiros de MG.

Com o objetivo de dar a devida relevância, aproximar os diferentes agentes que são responsáveis ou se envolvem com o tema – poder público, setor privado, instituições sociais e imprensa – e elaborar soluções viáveis, nos dias 30 e 31 de outubro, em Gramado (RS), será realizado o Desastre 360 – 1º Seminário Internacional do Ciclo de Gestão de Desastres. O encontro é coordenado pela ONG HUMUS, em parceria com a Prefeitura e a Defesa Civil do município, e irá reunir especialistas nacionais e internacionais para abordar pela primeira vez as etapas do ciclo de gestão de desastres, entendendo a importância da ação em todas as etapas: prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação.

“Um desastre não termina quando a água baixa ou o incêndio é controlado. Muitos problemas permanecem. Alguns se intesificam após os voluntários voltarem para suas rotinas e outros surgem semanas ou meses depois, quando a ajuda e as lembranças diminuem, mas revelam impactos na saúde, na educação, na economia local, na esperança de quem fica. Por isso, é fundamental conhecer todo o ciclo para avaliar a capacidade que cada pessoa e organização tem para ajudar durante a emergência, mas também depois e, principalmente, antes”, reforça Léo Farah.

A programação do seminário reúne Kazuaki Komazawa que traz a experiência do Japão em prevenção; Sergio da Silva para compartilhar um panorama das ações da ONU em desastres pelo mundo; Regina Alvalá, diretora do Cemaden, para tratar de recursos e iniciativas para redução de riscos e impactos, entre outros profissionais e temas relacionados a capacitação de profissionais, técnicas de resgate de animais e uso de cães de busca, a estruturação de hospitais e atendimento de emergência em desastres, efeitos pós-traumáticos nos agentes, impactos socioeconômicos e a retomada de diferentes setores. Veja a programação completa no link: https://www.sympla.com.br/evento/i-seminario-internacional-do-ciclo-de-gestao-de-desastres/3062187.

O evento tem a proposta de ser um marco na abordagem sobre desastres e incentivar uma mudança na forma de agir, promovendo um maior conhecimento e alertar para a nacessidade de esforços em cada uma das etapas, principalmente na prevenção. Entende que falar de desastres, não causa desastres. Ao contrário, é fundamental compreender seu conceito, quando começa e quando realmente termina, permitindo que toda organização e qualquer cidadão tenha a responsabilidade e oportunidade de “saber e de agir, antes que aconteça”.

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