O mercado imobiliário da Região das Hortênsias segue em forte expansão, mesmo com um cenário nacional de redução de lançamentos. Um estudo da Brain Inteligência Estratégica, contratado pela entidade PLANTA, aponta que Gramado, Canela e região conseguiram se reerguer e o mercado está aquecido, um ano após o tombo econômico provocado pelas consequências das chuvas e tragédia climática em 2024.
Segundo a pesquisa, há um crescimento de 32,8% no volume de vendas em Gramado e Canela no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (30), durante o evento PLANTA INSIGHTS.
A pesquisa revela um cenário de “vender mais do que lançar”. Enquanto as vendas aquecem, os novos lançamentos na região diminuíram, seguindo uma tendência nacional. Nos últimos seis meses, pouco mais de mil unidades foram lançadas em Gramado e Canela, movimentando um VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 1,5 bilhão nos últimos doze meses.
Em contrapartida, o VGV vendido no mesmo período acumulado atingiu R$ 1,3 bilhão, impulsionado pela alta procura. Os imóveis de dois dormitórios são os preferidos, representando 63% das unidades vendidas e 44% dos lançamentos.
O sócio-consultor da Brain, Guilherme Werner, que apresentou a pesquisa, destacou o descompasso entre oferta e demanda. “A Região das Hortênsias vive um momento singular. A velocidade de vendas, na casa dos 13%, e o aumento da procura por imóveis de lazer mantêm o mercado aquecido.”, explica Werner.
Preços em ascensão
A alta demanda e a oferta controlada, somadas ao aumento dos custos de insumos e mão de obra, continuam a pressionar os preços. Segundo o estudo, não há perspectiva de redução. Nos últimos 12 meses, a variação de preços em Gramado e Canela foi de 13%.
O valor médio do metro quadrado na região atingiu R$ 18.224. Em Gramado, o valor atual é de R$ 19.946, um aumento significativo em relação aos R$ 18.914 registrados em março de 2025. Em Canela, o metro quadrado subiu para R$ 14.120, ante R$ 13.953 no mesmo período.
Para o presidente da PLANTA, Bernardo Tomazelli, os dados são essenciais para o planejamento estratégico do setor. “Essa pesquisa nos fornece um panorama claro e detalhado para orientar investidores, construtores e o poder público. Vemos uma demanda persistente e qualificada, o que reforça a solidez e o potencial de valorização da nossa região”, afirma Tomazelli.
Cenário Nacional: Geração Z e segunda moradia impulsionam demanda
A pesquisa da Brain também traçou um perfil do comprador no Brasil, revelando tendências que impactam diretamente a Serra Gaúcha:
- Intenção de Compra: Atingiu o maior patamar desde 2020. No Sul, 50% da população pretende adquirir um imóvel nos próximos 24 meses (média nacional de 49%).
- Geração Z no comando: Jovens de 21 a 28 anos lideram a intenção de compra, com 57%, superando as gerações Y (48%), X (46%) e Baby Boomers (40%).
- Busca por Lazer: A procura por imóveis de segunda moradia duplicou desde a pandemia. Antes, representava 5% da intenção de compra no país; hoje, são 16%, refletindo diretamente no tipo de empreendimento buscado na Região das Hortênsias.
- Investimento: Mesmo com a taxa Selic em 15%, 15% dos brasileiros que planejam comprar um imóvel o farão como forma de investimento.
