Desde a abertura dos portões, a 13ª edição da Zero Grau – Feira de Calçados e Acessórios, promovida pela Merkator Feiras e Eventos, lotou os corredores e estandes do Centro de Eventos Serra Park. Importadores e lojistas com olhares atentos às tendências das mais de 1200 marcas deram o tom dos negócios já no primeiro dia do evento. A feira, que segue até dia 22 de novembro, reúne marcas de 230 expositores, lojistas de todo o Brasil e importadores dos cinco continentes, representantes e profissionais do setor coureiro calçadista de todo o mundo.
Para o presidente da Calçados Beira Rio S.A, Roberto Argenta, a feira é o momento de abertura das vendas Outono/Inverno. “A Zero Grau reúne muitos lojistas do Brasil inteiro e do mundo, que vêm aqui para fazer as suas primeiras compras da temporada e isso é muito importante para a Calçados Beira Rio. O movimento da feira está muito bom, e acreditamos que vai continuar crescendo nos próximos dias. Esse momento é também de relacionamento, pois os clientes, além de comprarem aqui, retornam para suas regiões e continuam fazendo pedidos”, celebra Argenta.
Com lojas próprias há 27 anos, Tânia Stoffel, de Estância Velha, no Rio Grande do Sul, também escolhe modelos e fecha pedidos na feira. “Eu sou uma fã de feira, a energia que há no evento renova todos os lojistas. Além disso, normalmente encontramos condições extras de negociação para quem está aqui no evento e isso é muito bom pra gente”, explicou a empresária no estande da Quis. Ela diz que chegou dois dias antes em Gramado para passear antes da Zero Grau começar.
Já no estande da Giulia Domna, experimentando o conforto dos produtos nos próprios pés, a lojista paranaense Alessandra Gomes, de Toledo, diz que é na Zero Grau que ela escolhe, negocia e faz os pedidos de tudo que vai estar nas prateleiras de suas duas lojas. “Eu não abro mão de vir na feira, pois é uma forma de olhar, pegar, sentir e provar a moda e a tendência. Aqui eu acabo descobrindo e despertando para modelos que talvez não teria interesse vendo apenas em um catálogo, então acabo comprando bem mais”, define a empresária. Para ela, o ritmo dos negócios é intenso ao longo de todos os dias: “A gente passa o dia todo trabalhando e conversando, mas a noite Gramado oferece muitas opções e possibilidades para relaxar e, no dia seguinte, retornar à feira renovada”, finaliza.
Pela manhã ocorreu a cerimônia oficial de abertura, com presença de representantes de entidades, indústrias, sindicatos, autoridades e feiras nacionais e internacionais, incluindo Roberto Pellegrini, presidente do Riva del Garda Fierecongressi, da Itália. O momento foi marcado por discursos de credibilidade do setor. “Construímos juntos uma feira forte, dinâmica e representativa. Isso é muito significativo para uma promotora: estar de mãos dadas com expositores, visando satisfação do lojista e benefícios também para os demais representantes do setor”, disse Frederico Pletsch, diretor da Merkator Feiras e Eventos.
Durante a coletiva de imprensa, realizada na tarde desta segunda-feira (20), o diretor mostrou o descontentamento com a realização de uma feira paralela em Porto Alegre, organizada por uma entidade de classe. O evento está planejado praticamente na mesma data da Zero Grau, apenas com um dia de diferença, com expedientes pouco usuais às práticas tradicionais na promoção de eventos. “Eu estou hoje feliz de poder mostrar que nós vamos continuar sendo a melhor Feira da América Latina”, definiu. Salientou, no entanto, que por mais de dois anos ele e toda a sua equipe sofreram muito com esta realidade. Nunca compreendeu claramente os motivos que levaram à criação desta feira paralela já que os eventos do calendário anual abasteciam suficientemente o mercado.
A Zero Grau também conta com estandes coletivos que somam 71 micro, médias e pequenas empresas de calçados e acessórios masculinos, femininos e infantis. Franca Premium Shoes, Estação Moda RS, Três Coroas Shoes e Moda Catarina de calçados de São João Batista estão presentes.
Focado na inteligência de mercado do calçado brasileiro, o eMerkatorTalks tem programação diária com tópicos que conectam qualidades dos produtos a habilidades de vendas. Os bate-papos unem criatividade e empreendedorismo. Neste primeiro dia de evento, Alexandre Herchcovitch, Ricardo Campos, Veronique Littmann e Fanny Littmann trouxeram a sustentabilidade para o debate.
MERCADO INTERNACIONAL
Mesmo em um mercado com potencialidades ampliadas pelo digital, ver de perto materiais, acabamentos e tendências é o que traz importadores de 24 diferentes países para a Zero Grau. Com relacionamento fortalecido pelo Grupo de Importadores, a iniciativa impulsiona o comércio internacional para os expositores trazendo cerca de 200 compradores internacionais, representando 60 empresas. Latino-americanos vêm em peso, além de importadores da América Central, Ásia, Europa, África e Oceania.
Na experiência da Rafitthy, segundo o Gerente Comercial Elias Juwer, a Zero Grau é um momento significativo para os pedidos de final do ano, além das projeções seguintes. “Nesta feira, em específico, sempre temos ótimos resultados para exportação, o que representa cerca de 50% de pedidos para nós. Vendemos, por exemplo, para Omã, Bolívia, sendo Suriname o principal importador”, explica.